Nesta quarta-feira, 9 de abril, uma importante ação contra o crime organizado foi deflagrado com a desarticulação de grupos criminosos ligados a rifas online e lavagem de dinheiro. Ao todo, 22 pessoas foram presas durante a Operação Falsas Promessas, incluindo cinco policiais militares.
O clima de apreensão tomou conta das redes sociais. O receio de serem os próximos alvos levou diversos blogueiros de Salvador e do interior da Bahia a apagarem postagens relacionadas a rifas dos seus perfis no Instagram.
O grupo desarticulado nesta etapa da operação movimentou cerca de R$ 680 milhões com rifas ilegais. A ação policial cumpriu 30 mandados de busca e apreensão e seis medidas cautelares diversas da prisão, como parte da Operação Falsas Promessas 2.
Entre os detidos, estão quatro indivíduos identificados como lideranças da organização criminosa, localizados nos municípios de Vera Cruz, Juazeiro e na Região Metropolitana de Salvador, além de um integrante capturado no estado de São Paulo. Eles desempenhavam papel central no planejamento e coordenação das atividades ilícitas do grupo em diversas regiões.
As investigações indicam que policiais militares da ativa e ex-PMs participavam do esquema, oferecendo proteção, fornecendo informações privilegiadas e, em alguns casos, atuando diretamente como operadores das rifas fraudulentas. O grupo utilizava as redes sociais para divulgar rifas de centavos com prêmios de alto valor, como veículos de luxo, atraindo um grande número de participantes. No entanto, os sorteios eram manipulados, e os prêmios frequentemente entregues a integrantes da própria organização, com o objetivo de legitimar o esquema e aumentar os lucros.
Segundo a Polícia Civil, novas diligências serão realizadas com o objetivo de capturar outros envolvidos. A operação é coordenada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), com apoio das principais unidades táticas da Polícia Civil, além do acompanhamento da Corregedoria da Polícia Militar, responsável pela apuração disciplinar dos agentes públicos envolvidos.